Continuar nas ruas!
Reproduzimos outra mensagem recebida de um colaborador do blog.
Caros camaradas do Cem Flores,
Um fantasma ronda o Brasil. O fantasma do povo brasileiro, das classes dominadas, das manifestações populares. Contra esse fantasma, todo o conjunto das classes dominantes, seus representantes e serviçais se unem, para calá-lo. A burguesia, a Presidente Dilma e seu governo, congressistas, governadores e prefeitos, partidos à direita e à “esquerda”, sindicatos pelegos, a imprensa burguesa e seu clamor pela repressão policial.
Se antes (dizia-se) o povo não saia às ruas, agora que não podem mais evitar querem calar, manipular, difamar, reduzir as propostas ao que é aceitável pelos poderes constituídos da ordem burguesa.
O povo nas ruas, nas ruas deve continuar. Como mais uma vez foi dado o exemplo nesta quinta-feira, 26 de junho, em todo o Brasil.
Diante da força das massas nas ruas, as classes dominantes buscam, mais uma vez, chamar para acordos de gabinetes, conchavos e promessas vazias, na tentativa desesperada de encerrar as manifestações populares, trocando-as por negociações governamentais, parlamentares. Como tem feito há uma década com a UNE do PCdoB, a CUT, e outras entidades governistas.
A Presidente Dilma e todos os governadores e todos os prefeitos de capitais (nessas horas, acabam as divergências entre governo e oposição, todos unidos na defesa “dos primados da lei e da ordem” do capital, como disse Dilma na televisão na sexta, dia 21) se reuniram no Palácio do Planalto na segunda, dia 24, em torno de “grandes pactos nacionais”, derivados, segundo eles, da necessidade de “ouvir as ruas”. E quais seriam esses pactos? Deixemos Dilma falar:
“O primeiro pacto é pela responsabilidade fiscal, para garantir a estabilidade da economia e o controle da inflação”.
Caros camaradas,
Sejamos claros e repitamos mais uma vez: o Estado burguês, qualquer que seja o governo de plantão, não é nada mais que um estado-maior responsável por cuidar dos interesses do capital.
Dilma, Mantega, o PT e seus aliados permanecem, em qualquer conjuntura, focados em garantir as condições de reprodução do capital, em garantir taxas de lucro (de preferência crescentes) para a burguesia brasileira e internacional. É para isso que eles clamam por responsabilidade fiscal no exato momento em que as manifestações pedem mais e melhores investimentos públicos. É por essa mesma razão que eles não clamam por responsabilidade fiscal quando se trata de emprestar dinheiro do BNDES (=dívida pública) para os Eikes Batistas da vida, para outros amigos do rei, para os estádios “padrão Fifa”, e incontáveis etc.
Segue Dilma propondo seus pactos: um plebiscito para convocar uma constituinte para fazer uma reforma política; combater a corrupção; melhorias para a saúde, para os transportes públicos, para a educação pública. Não é algo que todos nós já ouvimos inúmeras vezes, em todas as campanhas eleitorais?
O objetivo do governo e das classes dominantes é claro: criar a ilusão de “negociações”, de que o governo está ouvindo as demandas da população e que, já que é assim, as forças deveriam ser canalizadas para esses caminhos oficiais.
Devemos rejeitar todas essas conversas de gabinetes e conquistar na luta nossas reivindicações, como já foi feito com o recuo dos governos em relação aos aumentos das passagens de ônibus.
Mais do que isso.
Devemos garantir nas ruas o avanço da luta de classes das classes dominadas, colocando a burguesia, seus representantes e serviçais na defensiva.
Devemos construir nas ruas as novas formas de avançar a luta de classes, avançar a mobilização, a organização e a consciência combativa das classes trabalhadoras.
Os velhos slogans continuam novos:
O POVO UNIDO, JAMAIS SERÁ VENCIDO!
A LUTA CONTINUA!