CEM FLORES

QUE CEM FLORES DESABROCHEM! QUE CEM ESCOLAS RIVALIZEM!

Boletim QUE FAZER, Conjuntura, Destaque, Nacional

Desemprego e informalidade continuam altos

Boletim Que Fazer – agosto 2023

Dezenas de milhões de trabalhadores e trabalhadoras permanecem no desemprego, no subemprego e na informalidade no Brasil.

Cem Flores

26.08.2023

NOSSAS CONDIÇÕES DE VIDA REBAIXARAM NOS ÚLTIMOS ANOS

As classes trabalhadoras do país vivem nos últimos anos uma piora muito significativa de suas condições de trabalho e de vida.

As crises econômicas e a pandemia fizeram muitos perderem seus empregos e sua fonte de renda. Uma boa parte teve que ir para os bicos, em atividades informais, para arrancar o sustento de suas famílias. Muitos também passaram a depender de bolsas e programas oferecidos pelos governos.

Para quem continuou empregado, a exploração e a carestia subiram de patamar. Hoje se trabalha mais do que anos atrás e com bem mais pressão. E o salário no supermercado rende muito menos.

Tudo isso não é uma fatalidade da vida. Trata-se de um ataque dos patrões, com auxílio de seu estado e seus governantes, para recuperarem e até aumentarem seus lucros. Enquanto a fome aumentava na periferia, o prato de muitos bilionários só encheu!

Precisamos reconstruir nossa união, nossa força de classe, e lutar cada vez mais contra esse regime de exploração que é o capitalismo. Esse sistema vive de nosso suor, de nosso sofrimento e até de nosso sangue: não haverá uma vida boa para as massas trabalhadoras enquanto ele existir!

AINDA HÁ MUITO DESEMPREGO E INFORMALIDADE

O pico do desemprego, vivido nos piores momentos da pandemia, passou. Mas quem é trabalhador/a sabe que a situação continua muito difícil.

De acordo com o IBGE, no segundo trimestre de 2023, 20 milhões de trabalhadores/as estavam “subutilizadas” no Brasil. Ou seja, desempregados/as que continuam na busca por uma vaga; desempregados/as que já desistiram de procurar; ou subocupados/as… Esse número é do tamanho de toda a população de Minas Gerais!

Há locais no país em que o desemprego se encontra mais agudo. No Piauí, por exemplo, a taxa de “subutilização” está em 40%! Em vários outros estados da região norte e nordeste essa taxa está entre 20 e 30%.

Dezenas de milhões estão “ocupados” para o IBGE, mas na realidade estão se virando nos bicos e na informalidade, enquanto buscam alguma oportunidade de carteira assinada. 1 em cada 4 ocupados está trabalhando por conta própria. A taxa de informalidade da força de trabalho está em 40%.

AINDA TEM A CARESTIA, O ENDIVIDAMENTO…

O pico da inflação também passou. Mas a compra do básico para uma família trabalhadora sobreviver no país hoje está bem mais cara do que anos atrás. E nossos salários nem de longe acompanharam essa alta… Ou seja, a carestia continua a apertar!

No final de 2019, em SP, com R$ 500 era possível realizar uma compra mensal de alimentos básicos no mercado, segundo o DIEESE. Hoje, para comprar os mesmos alimentos, se gasta quase R$ 800. Um aumento de 60% em 3 anos e alguns meses. Enquanto isso, o salário mínimo aumentou apenas 30%. A conta não fecha!

Não à toa o endividamento disparou no país e continua muito alto. Muitas famílias têm se utilizado do crédito para comprar o básico. Segundo o Serasa, no país hoje são mais de 70 milhões de “negativados”, ou seja, de pessoas que não conseguem pagar suas contas e estão devendo. Isso representa cerca de 80% das famílias com alguma pessoa endividada.

Outro número assustador sobre a condição de vida das massas exploradas é o de pessoas vivendo na rua. Segundo os levantamentos oficiais, são quase 300 mil pessoas nessa situação hoje no país. 3 vezes mais do que dez anos atrás! São trabalhadores e trabalhadoras que, pelo desemprego, abandono ou adoecimento, foram empurrados para essa situação bárbara. Essa situação de miséria extrema por várias vezes leva ao mundo da dependência química e de uma contínua degradação. Esse é um brutal retrato de como o capital descarta famílias inteiras, um retrato da extrema desigualdade dessa sociedade!

OS PATRÕES LUCRAM COM NOSSA MISÉRIA!

Enquanto falar da vida dos trabalhadores e das trabalhadoras no Brasil hoje é falar de desemprego, informalidade, endividamento, fome, falta de perspectiva… Falar dos patrões é falar de outro mundo, cheio de luxo. Eles são vampiros que se alimentam de nossa miséria, que lucram com ela!

Com a ajuda de sucessivos governos, e também desse novo de Lula-Alckmin, os patrões têm mantido sua vida tranquila, mesmo com as crises e a recente pandemia. Aliás, várias empresas bateram recordes de lucros nesse período e estão aproveitando a situação recuada das classes trabalhadoras para sugar mais e mais nossa força de trabalho.

No segundo trimestre, enquanto 20 milhões de trabalhadores/as amargaram na fila do desemprego, outros milhões na informalidade, a Vale roubou um lucro líquido de R$ 4,6 bilhões! Só com esse lucro, de uma única empresa, daria para pagar 16 vezes as dívidas atuais dos/as trabalhadores/as de todo o país.

Como dizia a líder comunista Rosa Luxemburgo: “Abaixo a infame ordem social que engendra tamanhos horrores!”

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- 26/08/2023