2023 começa com exemplos de luta
Frente à carestia de vida e ao aumento da exploração, só a união e a luta das classes trabalhadoras podem nos oferecer um futuro melhor
Cem Flores
17.02.2023
NOSSAS VIDAS PIORARAM DESDE A CRISE DA PANDEMIA. À LUTA!
Em 2020, a economia capitalista sofreu mais uma crise, junto com a pandemia da Covid-19. Além do adoecimento e morte de milhões, essa crise significou também muito desemprego e fome para os trabalhadores/as de todo o mundo. As massas exploradas resistiram como puderam nesse período. Por exemplo, através da união e da solidariedade de classe. Arrancou-se também auxílios temporários dos estados.
Nos anos de 2021 e 2022, apesar de uma diminuição no desemprego, a situação continuou muito difícil para quem é trabalhador/a. Os patrões arrancam nosso couro com uma exploração cada vez maior, buscando recuperar os lucros nesse tempo de crises. Também ocorreu uma explosão dos preços de energia, de alimentos, de remédios… A carestia de vida subiu nas alturas, enquanto os salários continuaram na mesma.
Como afirmamos no Boletim do mês passado, as projeções para 2023 indicam tanto a continuidade da carestia de vida quanto uma desaceleração econômica em todo mundo. Caso não avancemos em nossa luta, isso significará uma piora ainda maior em nossas vidas.
Reagindo a esse cenário, trabalhadores/as de vários países têm saído às ruas e paralisado seus locais de trabalho para protestarem por melhores salários e condições de trabalho. Essas lutas logo no início do ano devem ser para nós exemplos a seguir. Sem luta coletiva, não haverá conquista. Precisamos conhecer melhor cada uma dessas lutas, entender onde estão nossas forças e nossos limites, as fraquezas do inimigo. Nos enxergar em nossos irmãos/ãs de classe e aprender com suas lições. Toda nossa solidariedade aos que lutam!
VÁRIAS GREVES NA EUROPA
Países como França, Reino Unido e Espanha tem registrado grandes manifestações nas últimas semanas. Razões não faltam para se rebelar.
O governo francês quer fazer mais uma reforma da previdência, aumentando o tempo de exploração dos/as trabalhadores/as. A resposta tem sido fortes greves gerais, lotando as ruas de várias cidades do país. Há muitos anos não havia greves tão fortes.
A mesma coisa na greve geral no Reino Unido. Centenas de milhares de trabalhadores/as têm se mobilizado por melhorias nos salários. A perspectiva para aquele país é de mais um ano de recessão, e as massas estão lutando para não pagar por mais uma crise.
Nas paralisações do Reino Unido, há grande presença do setor da educação e da saúde, setores que também entraram em greve e geraram protestos em Portugal e na Espanha. Nesses dois últimos países, quem está no governo são partidos ditos de “esquerda” – que, na prática, são governos dos patrões como quaisquer outros.
Os grupos e as organizações que são, de fato, comunistas e revolucionários têm participado e estimulado essas lutas. Essas resistências são fundamentais para retomarmos a iniciativa na luta de classes e avançarmos para a construção de um horizonte revolucionário. Um passo inicial para começar a construir a luta pela verdadeira superação desse sistema.
NO BRASIL, OPERÁRIOS E ENTREGADORES DIZEM BASTA!
No Brasil, algumas categorias também têm se levantado contra a carestia e a exploração, desde o ano passado. Nesse início de ano, os entregadores de aplicativo e os/as operários/as terceirizados/as da REFAP de Canoas/RS são grandes exemplos a serem seguidos.
Mesmo diante da sabotagem governista e da pelegagem sindical e com várias lideranças caindo na ladainha do novo governo enrolador, várias cidades de SP e RJ mantiveram a mobilização dos aplicativos no dia 25 de janeiro. Outras sustentaram a paralisação por mais dias. A pauta da greve incluiu uma taxa de entrega de no mínimo R$ 10 por pedido, uma taxa de R$ 3 por km rodado, dentre outras antigas reivindicações. Após os atos, o Ifood cedeu no pagamento de taxa de espera após 15min (antes era de 30min). Conquista da luta!
Já em Canoas, operários/as terceirizados/as da refinaria da Petrobrás realizaram um combativo enfrentamento por melhores salários. Atropelando a pelegada do sindicato, peitando as ameaças patronais e policiais, mantendo a paralisação mesmo com a perseguição da “justiça” do trabalho, os/as operários/as mostraram que é possível se unir e reagir à exploração. Após vários dias e diante do isolamento da categoria, precisaram dar um passo atrás em sua luta. Encerraram a greve, mas arrancaram algumas melhorias da patronal!
A LUTA CONTINUA!
Acesse aqui o pdf dessa edição do boletim QUE FAZER.