As recentes lutas em torno da educação no Brasil
Trabalhadores/as e estudantes continuam sua luta por melhores condições de trabalho e de ensino. Frente aos ataques das classes dominantes, resistir é preciso!
Cem Flores
30.05.2023
NOS ÚLTIMOS ANOS, OS ENFRENTAMENTOS FORAM VÁRIOS
Na história recente do Brasil, são vários os exemplos de resistências do movimento estudantil e do movimento dos/as trabalhadores/as da educação em prol de mais vagas e verbas para o ensino, contra projetos de governos e empresários que pioram ainda mais as condições nas instituições de ensino.
Em 2015 e 2016, os/as estudantes de escolas públicas, filhos/as dos trabalhadores, realizaram um imenso movimento de ocupação contra projetos de redução de vagas, piora na formação e congelamento de verbas. Junto às comunidades locais, esses estudantes ocuparam milhares de escolas pelo país e foram exemplo de resistência.
No início do governo Bolsonaro, o setor da educação realizou grandes protestos nacionais além de mobilizações em várias instituições. O governo do fascista foi marcado por cortes e perseguição na educação.
Desde ano passado, várias categorias de trabalhadores/as da educação se mobilizam em por condições de trabalho e reajustes nos salários. Uma boa parte das greves do país hoje tem ocorrido em escolas municipais e estaduais.
O NOVO GOVERNO CONTINUA OS ATAQUES À EDUCAÇÃO
O novo governo burguês de Lula-Alckmin tem consolidado os ataques das classes dominantes sobre as massas exploradas. Inclusive na educação: várias das pioras recentes se mantêm.
Desde o governo de transição, os representantes empresariais ocupam os principais cargos na pasta da educação. O programa nacional de militarização de escolas públicas, pauta do bolsonarismo, continua vivo no ministério da educação.
Um dos maiores ataques de Temer e Bolsonaro, o Novo Ensino Médio, não foi revogado. Instituído em 2017 e cuja implementação paulatina tem restringido os conteúdos dos estudantes, sobretudo das redes públicas, foi apenas “suspenso”, após protestos e críticas. O objetivo do governo é enrolar as escolas e fazer apenas alterações cosméticas na reforma.
A luta contra os ataques precisa continuar.
TRABALHADORES/AS DA EDUCAÇÃO EM LUTA
Nas últimas semanas, relevantes greves estouraram em redes pública de ensino do Distrito Federal, do Rio de Janeiro e do Amazonas. Greves com boa adesão, envolvendo dezenas de milhares de trabalhadores e solidariedade de várias comunidades locais. Universidades em alguns estados como na Bahia e no Paraná também estão em estado de greve ou já paralisadas.
Por que essas categorias estão em luta? Como as demais categorias, o setor da educação tem sofrido com a carestia de vida nas alturas e anos sem reajuste salarial significativo. Com isso, seu poder de compra tem caído ano após ano, piorando suas condições de vida e de suas famílias. Além das condições de trabalho que pioraram muito após a pandemia – as recentes ameaças e ataques às escolas são exemplos dessa deterioração.
A situação de tais categorias no Rio de Janeiro é um exemplo dramático da condição desse setor. Há professores/as (18h semanais) que recebem pouco mais de um salário mínimo (R$ 1.588). Outros/as trabalhadores/as da escola, como merendeiros/as e porteiros/as, chegam a receber menos de mil reais.
Frente à luta dessas categorias, qual tem sido a reação do estado? Enquanto um estado dos patrões, a resposta tem sido ameaça e repressão! No DF, além das chantagens costumeiras do governo, a “justiça” determinou multa milionária à categoria e autorizou corte nos salários. Dois dias após a greve ser anunciada! No AM, o governo também anunciou cortes, além de fechar a mesa de negociação.
AMPLIAR E UNIFICAR A RESISTÊNCIA
Eleição após eleição, governo após governo, os problemas das classes trabalhadoras continuam os mesmos. As escolas para as grandes massas exploradas são precárias. Enquanto a burguesia pode pagar uma educação de qualidade para seus filhos, as famílias dos trabalhadores lutam por vagas em creches e enfrentam imensas dificuldades para garantir um ensino básico para os seus. Nesse sistema, a educação é para poucos, para as classes dominantes!
Os/As trabalhadores/as nas escolas que em sua maioria atendem os/as filhos/as das classes trabalhadoras, também sofrem as condições precárias das escolas. Seus salários se encontram muito defasados. E por isso têm se lançado às greves e aos protestos!
Será na luta, mesmo e apesar desse momento duro, que ampliaremos nossa resistência, barraremos os ataques dos inimigos e arrancaremos novas conquistas.
Apoiar as lutas na educação! Seguir o exemplo dos estudantes e dos professores!