Mais uma semana de protestos no Brasil: continuar e reforçar a resistência das classes dominadas!
Cem Flores
Nos dias 12, 13 e 14 de agosto, vários protestos ocorreram em todo o país. A Primeira Marcha das Mulheres Indígenas, a Marcha das Margaridas 2019, que reúne, sobretudo, trabalhadoras rurais, e mais uma Paralisação Nacional da Educação, a terceira do ano, contra os cortes no setor e contra a Reforma da Previdência.
Todos esses atos e mobilizações de diversos setores das classes dominadas se levantam contra os ataques do governo Bolsonaro, que representa e executa, de forma direta e brutal, a mais recente ofensiva burguesa no Brasil. Sendo assim, em sua diversidade, e de forma mais ou menos articulada, essas manifestações criam e reforçam frentes concretas de resistência a essa ofensiva.
A Primeira Marcha das Mulheres Indígenas ocorreu no centro de Brasília, local cada vez mais sitiado pelo atual paladino da repressão, Moro. Mas o imenso esquema de repressão não intimidou as mulheres de centenas de povos de todo o país que ali se reuniram. A marcha contou com vários atos e atividades políticas protagonizadas por essas mulheres, inclusive em união com outras mobilizações na cidade (como a Marcha das Margaridas, dia 14, e a Paralisação Nacional, dia 13).
Muitos são os motivos para mais essa marcha dos povos indígenas, que neste ano já realizaram manifestações e têm lutado diariamente em suas regiões. Nos últimos anos eles têm sido uma das barreiras para o avanço do capital sobre as florestas e regiões ainda pouco exploradas e devastadas pela maldita fome de ouro dos burgueses. Por isso, tornam-se constantemente alvos de violência de fazendeiros, mineradoras, construtoras, em conluio com o Estado capitalista. No atual governo, suas terras estão sendo ainda mais ameaçadas, seja pelo avanço da exploração e destruição ambiental, seja pela ação estatal que visa modificar a fiscalização, a demarcação e o uso das terras em benefício do capital em crise. E com tais terras ameaçadas, a sobrevivência desses povos é colocada em xeque, crescentemente. A resistência e a luta são as suas únicas saídas!
A Marcha das Margaridas 2019 é mais uma edição desse ato que ocorre desde o ano 2000, sendo o maior protesto de mulheres da América Latina. Dia 14 reuniu dezenas de milhares de manifestantes, reivindicando melhores condições de vida para as mulheres. E também em memória da Margarida Maria Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, região canavieira da Paraíba, assassinada em 12 de agosto de 1983.
Por fim, a Paralisação Nacional da Educação demonstra persistência desse setor e da juventude na luta contra os cortes orçamentários em escolas e universidades e contra a Reforma da Previdência, que avança a passos largos no Congresso Nacional. Mais uma vez, em dezenas de cidades pelo país, paralisações de escolas e universidades ocorreram em meio a protestos de rua que unificaram movimento sindical, movimento estudantil e outros movimentos sociais.
Todas essas frentes concretas de resistência devem ser estimuladas e reforçadas pelos comunistas e lutadores sinceros do povo, visando sua maior unidade, coesão e força. Não só para combater o inimigo mais visível, a crescente ofensiva burguesa e o governo que a serve de forma tão orgulhosa e cínica, mas também para combater o oportunismo e demais posições das classes dominantes em nossas fileiras, barreiras reais para se alcançar vitórias. E, nessas lutas e nesses avanços, construir uma nova sociedade que elimine a opressão aos povos deste país, a opressão às mulheres e dê de fato um futuro às novas gerações; que varra de vez a barbárie capitalista da história.
Permanecer nas ruas e preparar-se para as próximas e maiores batalhas!