Cem Flores

09.01.2023

Desde novembro de 2022, o movimento de extrema-direita no Brasil tem reagido em todo o país à derrota eleitoral do fascista Jair Bolsonaro. A base militante e os aparelhos bolsonaristas realizaram, desde então, mais de mil bloqueios de rodovias e locautes; manifestações e acampamentos em frente a quarteis nas principais cidades do país; além de protestos, depredações e instalação de bombas na capital do país. Toda essa movimentação explicitamente em defesa da intervenção militar, do golpe de estado e de uma nova ditadura burguesa.

O dia 08 de janeiro é mais um episódio da reação fascista em prol de um golpe de estado. Mais uma vez, com a inegável conivência das forças armadas, das polícias e do governo bolsonarista do Distrito Federal, a corja bolsonarista planejou e executou um dia de caos em Brasília. Primeiro, em mobilização aberta nas redes sociais, vieram em caravanas de várias partes do país e acamparam em frente ao quartel-general do exército, junto com os grupos que já estão lá há mais de 60 dias pedindo intervenção militar. Depois, no dia de ontem, chegaram à esplanada dos ministérios escoltados pela PM e não enfrentaram nenhuma resistência para ocupar o congresso nacional, o STF e o palácio do planalto. Durante toda a tarde, invadiram e depredaram à vontade os prédios da praça dos três poderes. Após muito tempo para dispersar “pacificamente”, e para tentar reduzir o desgaste político do governo local, as polícias começaram a agir e deter os manifestantes restantes.

Esses fatos mostram que o bolsonarismo, derrotado nas urnas, não foi vencido e nem será combatido de fato pelas “instituições” burguesas. As “instituições”, diga-se, o “novo” ministério da defesa bolsonarista de Lula-Alckmin, as insubordinadas forças armadas, o então secretário de segurança do DF e ex-ministro de Bolsonaro (que está na Flórida junto com o ex-presidente fascista), não só não impediram os graves fatos que se desdobram desde novembro, como são coparticipantes do caos bolsonarista. E a burguesia, que a “esquerda” chama de democrática, é a financiadora dessa extrema-direita.

Chega de ilusões!

A forma de barrar a reação fascista em curso e garantir as mudanças que interessam aos trabalhadores e às trabalhadoras não é reforçar as “instituições” ditas “democráticas”, que são instrumentos da burguesia e do capital, assim como o fascismo o é.

Só com o devido combate nas ruas, nas manifestações das classes dominadas e, principalmente, nas lutas dos trabalhadores e das trabalhadoras contra os patrões, que são o apoio central dessa corja, e no reforço da organização da classe operária e das massas trabalhadoras é que conseguiremos, verdadeiramente, derrotar o fascismo e abrir caminho para a construção do socialismo.

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Cem Flores

9 de janeiro de 2023