CEM FLORES

QUE CEM FLORES DESABROCHEM! QUE CEM ESCOLAS RIVALIZEM!

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Lições de Junho de 2013

Boletim Que Fazer – junho 2023

Dez anos atrás, gigantescos protestos e uma explosão de greves percorreriam o país. Uma data para ser resgatada em nossa luta!

Cem Flores

28.06.2023

UM MÊS HISTÓRICO

Todo/a trabalhador/a deve se lembrar do mês de junho de uma década atrás. Mesmo quem não foi às ruas se lembra das enormes manifestações transmitidas pela televisão e internet. Naquele ano de 2013, também foram mais de 2 mil greves registradas no país. As massas exploradas se levantaram contra os patrões e seus governos numa explosão de insatisfação, como poucas vezes o fizeram na história!

A força da explosão dessa revolta, de norte a sul do país, não conseguiu ser contida pela violência do estado. Aliás, em muitos momentos a revolta reagiu e resistiu diante do aparato militar e judicial dos governos. 2013 mostrou que a força das massas pode atropelar a pesada estrutura desse estado, que serve principalmente para manter a exploração dos patrões e seus lucros.

A força daquela revolta também atropelou os ditos representantes dos/as trabalhadores/as – na verdade pelegos, comprados pelos governos e pelos patrões. Várias greves daquela época ocorreram por cima das direções sindicais. A “esquerda” da ordem tentou de todas as formas proteger o governo federal do PT, mas também fracassou!

MUITAS RAZÕES PARA SE REVOLTAR

As massas não se levantam à toa. Toda revolta tem suas razões. Junho de 2013 começou com o aumento de passagem da dupla Alckmin/Haddad em São Paulo, a mesma dupla hoje que está no governo atendendo os interesses dos empresários. Em resposta aos protestos contra o aumento, esses governantes reprimiram violentamente os manifestantes. Foi a gota d’água. Os próximos dias foram de atos em centenas de cidades pelo país.

O aumento na tarifa de transporte não ocorria só em São Paulo. E se somava à carestia e ao endividamento de milhões. Após uma década de “governo dos trabalhadores”, os/as trabalhadores/as tiveram certeza que se tratava de mais um governo dos patrões como qualquer outro: suas vidas continuavam de aperto e exploração.

A “ESQUERDA” QUE ATACA JUNHO DE 2013

E assim como os demais governos, partidos e grupos dos patrões, a “esquerda” da ordem reprimiu e difamou os protestos à época. Continuam assim uma década depois, até porque voltaram ao posto de gerentes do capitalismo no Brasil.

Grandes figuras do PT e do restante dessa esquerda têm saído a público para atacar Junho de 2013. Todo tipo de absurdo é dito por essa gente.

Na fundação Perseu Abramo, do PT, há aqueles que consideram 2013 uma “festa da picaretagem pequeno burguesa”. Os moradores da Rocinha e outras favelas que foram às ruas por suas pautas estavam sim contra a picaretagem e a roubalheira burguesa dos governos do PT e seus aliados do PMDB no Rio!

Há também aqueles lunáticos que defendem o seguinte: “o Brasil vinha se conduzindo em 2013 como uma nação em franca ascensão”, com “muitas oportunidades para todos”. Certamente franca ascensão para os capitalistas e oportunidades de lucros, por exemplo com os megaeventos esportivos para os ricos. Para os/as operários/as brutalmente explorados/as nas obras, para os/as moradores/as de periferia expulsos/as de suas casas, era muito mais uma franca decadência!

E por conta da ascensão da extrema-direita nos últimos anos, diante da crise econômica e política e do acirramento da luta de classes, há ainda os que culpam os atos e greves de 2013 pelo surgimento dos fascistas bolsonaristas. Mas quem mais se alia, e se aliou nos governos petistas anteriores, com essa gente e seus partidos, é o próprio PT!

A LUTA CONTINUA

É preciso resgatar e defender 2013 enquanto um exemplo de luta aberta contra os patrões e seus governos. Luta que se faz atropelando todos enroladores, todas as ilusões de que as mudanças viriam de eleições e conchavos com governos. As soluções para nossos problemas não virão das instituições!

Como toda luta de massas, 2013 também teve seus limites e suas contradições. Vários grupos esquerdistas atuaram para o isolamento das lutas frente as massas, enfraquecendo o levante. Mas é seguindo o caminho da luta que avançaremos para uma maior clareza política e organização.

Razões para se revoltar continuam a existir na vida das massas exploradas de todo o país. O poder de compra se encontra lá embaixo e o endividamento lá em cima. Milhões só conseguem sobreviver com algum programa social. Enquanto os lucros dos capitalistas continuam nas cifras dos bilhões e os governos imersos num lamaçal de corrupção

Pequenas explosões também continuam a ocorrer. Vamos fazendo conta para o próximo Junho, que vai chegar!

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- 28/06/2023