CEM FLORES

QUE CEM FLORES DESABROCHEM! QUE CEM ESCOLAS RIVALIZEM!

Boletim QUE FAZER, Cem Flores, Conjuntura, Destaque, Lutas, Movimento operário, Nacional

Lutas em São Paulo

Boletim Que Fazer – outubro 2023

Nas últimas semanas, várias categorias e movimentos realizaram greves e protestos em São Paulo. Sigamos esses exemplos de luta!

Cem Flores

06.10.2023

PROTESTOS E GREVES EM SÃO PAULO

No dia 3 de outubro ocorreram diversas paralisações e protestos na cidade de São Paulo. Várias linhas de trem e metrô amanheceram fechadas pelos trabalhadores/as, e as aulas em escolas tiveram que ser suspensas. Houve uma paralisação espontânea de terceirizados/as no aeroporto de Guarulhos. A USP já se encontra em greve há vários dias, puxada pelos/as estudantes. A categoria do saneamento básico também paralisou no dia 3, juntamente com outras bases que se mobilizaram em solidariedade e por pautas próprias.

Em setembro, outra importante greve também ocorreu na cidade de São Paulo, na construção de novas linhas do metrô. A categoria de entregadores por aplicativo, muito grande na cidade, também se mobiliza para construir uma nova paralisação.

Por que essa quantidade de protestos? Porque são muitas as razões para lutar, não só na cidade de São Paulo, mas em todo o país! Porque vários setores e categorias estão ousando sair da paralisia e enfrentar os governos e patrões, por seus empregos, salários, condições de vida e melhores serviços públicos. Essa é uma luta de todas as classes trabalhadoras do país!

PATRÕES E GOVERNOS CONTINUAM OS ATAQUES

As paralisações do dia 3 tiveram como mote principal a política privatista do governador de extrema-direita de São Paulo. Ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio tem como um dos focos de governo atender os interesses da burguesia e passar para o setor privado vários serviços e setores lucrativos do estado. Depois da concessão bilionária do rodoanel da capital, o bolsonarista agora quer ampliar a privatização do metrô e vender a gigantesca empresa de saneamento estatal.

Depois de décadas com várias privatizações e promessas de melhorias (PSDB, PT, MDB, PL etc.), os/as trabalhadores/as já sabem que tais negócios só servem para encher o bolso dos ricos. Em muitos aspectos pioram as condições de trabalho nesses setores e a qualidade dos serviços. Por isso, não deve cair na lábia de Tarcísio!

Mas os ataques privatistas não são exclusividade do governo de São Paulo e demais governos bolsonaristas em várias partes do país. A agenda de privatizações continua a todo o vapor no governo federal de Lula-Alckmin.

O Programa de Parcerias e Investimento (traduzindo, programa de privatizações!), iniciado por Temer segue no governo petista. Quem conduz o programa hoje é Marcus Cavalcanti, ex-secretário do governo do PT na Bahia (o estado onde a polícia mata mais do que qualquer polícia bolsonarista). Em entrevista recente, Cavalcanti afirmou que o governo deve bater recorde de leilões em um ano. Transmissão de energia, rodovias, portos e aeroportos são áreas que estão sendo mais privatizadas via concessões, parcerias público-privadas e outras formas de negócios. Até prisões e florestas estão entrando nesse mercado bilionário!

Por isso é fundamental que a luta contra as privatizações, por melhores serviços públicos e condições de trabalho seja independente de qualquer governo dos patrões. Eles são nossos inimigos, não importa o que digam. Na prática, todos continuam a nos atacar. Os pelegos sindicais e movimentos atrelados ao governo Lula-Alckmin também precisam ser desmascarados em suas intenções eleitoreiras de blindar seu governo burguês de estimação.

SEGUIR O EXEMPLO DE SÃO PAULO E ARTICULAR AS LUTAS

As lutas em São Paulo são exemplos a se seguir. Romper com a paralisia e o isolamento, partir para a luta contra os patrões e governos, articular as mobilizações. Só com garra e união resistiremos aos salários defasados, ao aumento da exploração e à piora dos serviços públicos. Será da nossa luta que reverteremos as várias derrotas sofridas nesses tempos.

O contexto não é fácil. As lutas continuam em baixa. As greves estão estagnadas no país, e principalmente as categorias do setor privado estão com dificuldades de reagir, mesmo com imensa exploração. O nível de organização é baixo, e o peleguismo segue iludindo que agora “o governo é dos trabalhadores” (sic!). O inimigo também reage e reagirá a qualquer mobilização: só ver a ação da “justiça” no dia 3 de outubro, exigindo o funcionamento em 100% do metrô e trem nos horários de pico, decretando a “abusividade” do movimento e multas milionárias.

Mas será rompendo esse contexto com nossa força e organização, sem ilusões com nossos inimigos de classe, que poderemos ter novas conquistas para as classes trabalhadoras. São vários os exemplos recentes de categorias que enfrentaram o peleguismo e a “justiça” e arrancaram algumas vitórias. Seguir na luta!

Compartilhe
- 06/10/2023