Balanço dos 100 Dias do Governo Lula/Alckmin: participação do Cem Flores na TV A Comuna
Cem Flores
14.04.2023
No dia 10 de abril, o Coletivo Cem Flores participou do debate sobre o Balanço dos 100 Dias do Governo Lula/Alckmin, no programa Qual é o rumo?, no canal TV A Comuna. Convidamos os(as) camaradas e leitores(as) a assistirem o programa e acompanharem o canal, cujas lives têm proporcionado um importante espaço de debate dentro do campo revolucionário no Brasil.
Em nossa intervenção, realizamos uma avaliação da conjuntura política atual no Brasil e do governo Lula-Alckmin, presente também em recente publicação do site. É preciso deixar claro que o PT é um partido burguês e que o atual governo é um governo burguês, governo do inimigo de classe. Isso fica claro quando se adota o ponto de vista dos trabalhadores e das trabalhadoras, dos seus interesses de classe, da sua organização e mobilização e das suas lutas. Portanto, o governo Lula-Alckmin deve ser visto como um governo do inimigo de classe para todos os que partilham do ponto de vista da classe operária e das massas exploradas, em especial para os(as) comunistas. Na realidade concreta da análise de classes marxista-leninista e da luta de classes, esse governo não é um governo a ser “disputado” (como quer o reformismo e o oportunismo), mas um governo a ser combatido.
Leia as avaliações do Cem Flores sobre o governo Lula/Alckmin
O início do governo Lula-Alckmin: a consolidação da ofensiva burguesa e a volta da política de cooptação, de 27 de março.
Lula-Alckmin é um governo dos patrões! Que Fazer. Boletim de Análise de Conjuntura, de 18 de março.
A conjuntura econômica brasileira no início de 2023: o retorno da estagnação, a continuidade da carestia e muita exploração!, de 7 de março.
E não se trata de uma novidade desse governo Lula-Alckmin. Os primeiros 4 governos petistas (2003 a 2016) avançaram na exploração capitalista dos(as) trabalhadores(as) e consolidaram a inserção dominada do Brasil na divisão internacional do trabalho, aprofundando o processo de desindustrialização e de reprimarização da economia brasileira, além de ampliarem enormemente a sua internacionalização e o papel do capital financeiro internacional.
Esses 100 dias de governo Lula-Alckmin já parecem indicar o caminho que pretendem trilhar, como de resto o fizeram a campanha, seu “programa” (sic!) e o “governo de transição”. Tudo indica que esse será mais um governo PT/PSDB de consolidação dos recentes avanços da ofensiva de classe da burguesia no país (reforma trabalhista, reforma previdenciária, privatizações, aumento da exploração capitalista, precarização do trabalho…), ocorrida principalmente desde a crise de 2014-2016. A essa consolidação se somam avanços no programa da burguesia, como o novo teto de gastos (chamado hipocritamente de “novo arcabouço fiscal”) e a reforma tributária, prioridades da equipe econômica. Além disso, e para completar seu serviço ao capital, o governo tem retomado suas práticas de paralisia, cooptação e sabotagem das mobilizações e organizações das classes dominadas.
Frente a mais um governo burguês, as massas exploradas no Brasil, que sofrem hoje com a carestia de vida, endividamento e miséria, precisam fortalecer os recentes embriões de luta e organização independentes, como as greves operárias (por fora dos sindicatos pelegos), a luta dos/as trabalhadores/as de aplicativo e as organizações nas periferias do país. Arrancaremos melhorias nos enfrentamentos concretos e não batendo palmas para um governo do inimigo de classe.
Como afirmamos na live, “a tendência conjuntural do mundo não é a de que vá surgir uma nova ‘janela de oportunidade’ que possa gerar uma nova ilusão com esse governo. Pelo contrário. Existe uma extrema direita organizada, forte, que pode ter levado um tombo nas eleições e com o 8 de janeiro, mas que pode se reorganizar e crescer com a insatisfação a esse governo – se nós não organizarmos o nosso campo [o revolucionário].”
Por isso, nessa conjuntura, “é preciso se colocar claramente a missão de mergulhar no seio da classe operária, dos trabalhadores […]. Nossa tarefa é construir os elos, os pontos de contato que existem entre os agrupamentos, movimentos e grupos do nosso campo; mergulhar nas formas de resistência que existem concretamente […]. Nesse processo, retomar a teoria e o instrumento necessário de organização de luta dos trabalhadores”.