Retrospectiva 2020 – Cem Flores
18.12.2020
Cem Flores
O ano de 2020 foi marcado por mais uma crise mundial do capital e por uma grave pandemia. Como em outras crises, os Estados e os organismos internacionais fizeram de tudo para salvar o sistema capitalista do colapso. A situação das classes dominadas em todo o mundo, que já vinha se deteriorando, sofreu um profundo baque. O aumento do desemprego, a chacina causada pela covid-19, a maior exploração e opressão são as heranças que esse ano deixará para essas classes.
Mas não apenas. 2020 deixa também a marca da luta dos dominados. Como no ano passado, protestos e greves ocorreram em todo mundo contra a violência, a fome, a doença e o arrocho. Apesar dos imensos limites políticos e organizacionais dessas lutas, em muitos lugares, as massas reforçaram sua organização autônoma. Eis o único caminho para sair do capitalismo e da vida de martírio que este impõe à imensa maioria.
Nesse contexto, os/as comunistas, aqueles/as que lutam pela emancipação do proletariado e pela construção de uma nova sociedade, não há alternativa: ampliar sua participação nessas lutas, aprofundar sua relação com as massas que estão se levantando e se organizando. Assim como divulgar essas lutas, estimular o debate teórico e a polêmica política.
O Coletivo Cem Flores, em 2020, continuou a se consolidar como espaço e instrumento de propaganda comunista no Brasil. Ofereceu aos/às camaradas e leitores/as dezenas de debates e textos, tanto próprios, quanto de terceiros, que consideramos de relevância para a luta hoje. Dedicamos nossos melhores esforços para praticar e fazer avançar o marxismo em nossa conjuntura.
Nessa retrospectiva, resgatamos alguns dos temas e publicações de maior destaque deste ano no site.
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Crise e pandemia
Em maio deste ano, lançamos o livro digital A luta de classes no Brasil em contexto de crise e pandemia, com as principais publicações sobre a atual crise econômica e a pandemia no Brasil e no mundo. Em setembro, lançamos uma nova edição, ampliada, desse livro.
O livro trata de questões fundamentais da atual conjuntura: os fortes impactos econômicos da crise, os efeitos da pandemia, os programas e ações do Estado capitalista, a situação das massas trabalhadores e suas lutas. Destacamos os seguintes capítulos e também publicações:
- O Brasil e a nova crise mundial do capital, de 07/05, que trata da conjuntura econômica e política nacional, mostrando a gigantesca crise que hoje atinge as massas trabalhadoras no Brasil, as ações do aparelho de estado capitalista em defesa da burguesia e de seu capital e as perspectivas de resistência das classes dominadas.
- Pandemia e saúde no Brasil: dezenas de milhares de mortes de trabalhadores/as provocadas pelo capital e seu Estado!, de 19/06, que trata da relação entre capitalismo e saúde, dos efeitos da desigualdade de classe na atual pandemia em nosso país.
- A piora da condição das mulheres no Brasil em contexto de crise e pandemia: aumento da violência, da exploração e da miséria, de 29/05, que aborda a condição da mulher trabalhadora no atual cenário.
Lutas e movimentos
Diante do difícil contexto de crise e pandemia, as classes dominadas do Brasil e do mundo reforçaram suas redes de solidariedade nos locais de moradia e continuaram suas lutas nos locais de trabalho e seus protestos de rua. Destacamos as seguintes publicações sobre esses temas:
- Lições da greve nos Correios para a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras hoje no Brasil, de 02/10, que aborda o duro cenário para a luta sindical e indica possíveis caminhos para os próximos passos na organização e luta dos/as trabalhadores/as.
- É justo se rebelar: a revolta popular nos EUA e o retorno dos protestos no Brasil, de 05/06, que comenta as inúmeras manifestações nos EUA contra o racismo e a violência policial, assim como os protestos de rua que ocorreram no Brasil contra o governo Bolsonaro.
- A resistência das favelas e periferias em tempos de pandemia: solidariedade, reforço da organização popular e redes de ajuda mútua, de 28/03, que analisa alguns exemplos recentes do movimento comunitário brasileiro.
Mas um grande limite dessas lutas e organizações está na ausência de uma posição revolucionária de massa e na persistente influência e direção do reformismo e do oportunismo em muitos casos. Por isso, uma tarefa fundamental é realizar a crítica dessas posições burguesas nos movimentos, e isso foi feito nesse ano na polêmica sobre as frentes amplas contra o governo Bolsonaro, cuja versão completa em pdf pode ser baixada aqui.
Restauração capitalista na China
Desde outubro do ano passado, o Cem Flores tem desenvolvido uma polêmica sobre o caráter da China contemporânea, passados 70 anos de sua Revolução dirigida pelos comunistas. Nossa tese, resumidamente, é que a China hoje é um país não só capitalista, após décadas de restauração burguesa, mas tem se constituído enquanto uma força imperialista. Destacamos as seguintes publicações deste ano:
- A China imperialista: alguns dados sobre seus monopólios, sua exportação de capital e suas iniciativas de repartição do mundo, de 09/10, que parte da definição leninista de imperialismo para analisar os monopólios chineses e sua crescente presença e influência no mundo.
- Imperialismo Chinês na África, por Ana Barradas, de 14/02, que trata da presença dos capitais chineses especificamente em África. Esse texto também publicado no blog Bandeira Vermelha.
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No ano de 2021 contamos com o apoio dos leitores e camaradas para continuarmos nosso trabalho de propaganda e divulgação comunista.
Que cem flores desabrochem! Que cem escolas rivalizem!