TODO APOIO À GREVE NA EDUCAÇÃO FEDERAL!
Cem Flores
29.04.2024
Desde o mês passado, uma mobilização nacional ocorre nas instituições federais de ensino. Os/as servidores/as técnicos-administrativos das universidades iniciaram um movimento grevista em 11 de março por reajuste salarial e reestruturação da carreira. Em seguida, no início de abril, os/as trabalhadores/as dos institutos federais aderiram à luta, com uma greve também por reajuste salarial e mais verbas para a educação federal. Por fim, ao longo de abril, os/as docentes e estudantes das universidades têm se somado à mobilização em defesa dos seus interesses.
Hoje são centenas de instituições federais de ensino paralisadas por todo o Brasil. Em 17 de abril, caravanas de todo o país realizaram uma importante marcha em Brasília. Novamente o setor da educação se lança à luta, como ocorreu em 2016 nas greves e ocupações de escolas, em 2019 no tsunami da educação e nos últimos anos em greves municipais e estudais. Aula também se faz na rua e na luta!
A causa direta dessa e das mobilizações anteriores do setor de educação são os constantes ataques dos governos às instituições educacionais e seus/suas trabalhadores/as. Uma educação de qualidade para a maioria, para os filhos e as filhas das classes trabalhadoras no Brasil, está longe de ser uma prioridade do estado capitalista. Pelo contrário, é um alvo constante de redução de verbas e de deterioração em prol de uma formação enxuta, de baixo custo e voltada aos interesses do mercado. Tudo para alimentar o bolso dos capitalistas no geral e do setor privado de educação em específico. Com isso, condições precárias de ensino, pesquisa e aprendizagem são uma constante na vida dos/as trabalhadores/as e estudantes do sistema educacional público em todo o país.
Obras atrasadas no Campus dos Malês da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab, Bahia). Segundo uma docente: “Faz dez anos que funcionamos em locais cedidos pela prefeitura […]. Não temos sala de aulas para nossos cursos de graduação e pós-graduação; muito antes da pandemia começamos a fazer um esquema híbrido e de rodízio de salas. Temos problemas muito concretos de falta de transporte público, falta de residência universitária, sendo que presença da universidade pressiona o preço dos imóveis”.
A mais recente onda de ataques à educação pública, da qual as greves atuais são uma importante resposta, tem sido conduzida pelo governo burguês Lula-Alckmin. Depois de um primeiro ano de governo com maior espaço fiscal, 2024 tem mostrado qual será a política real de Lula-Alckmin para esse setor: cortes nas verbas da educação, proposta de reajuste 0 aos servidores, interesse em rever os pisos constituições em saúde e educação dentre outros absurdos. Tudo isso para cumprir o novo teto de gastos, uma exigência da burguesia cumprida fielmente pelo governo, que coloca no horizonte arrochos bilionários nos gastos públicos daqui para frente. Como calculamos em outra publicação, “o arrocho fiscal total proposto pelo governo burguês de Lula-Alckmin seria de 2,6 pontos percentuais do PIB, ou quase R$ 300 bilhões em valores atuais”.
Saudamos e apoiamos os/as lutadores/as da educação federal nessa luta justa por reajuste salarial e melhores condições de trabalho e ensino. O caminho da luta é o único caminho para resistir a mais um governo dos patrões e conquistar uma melhor educação para as massas trabalhadoras. É preciso intensificar as atividades das greves para arrancar melhores propostas do governo e manter núcleos de organização pela base para além delas, pois tudo indica que essa não será a última batalha.
VIVA A LUTA DA EDUCAÇÃO FEDERAL!